quarta-feira, 22 de julho de 2009

Os pólenes das florinhas criminosas...

As várias tv’s, as rádios jornais de cá e também de lá bombardeiam-nos com notícias quase todos os dias sobre os pólenes da primavera, época em que tudo floresce.
Até já realizaram uma palestra no Auditório do jardim municipal onde vários técnicos do Governo regional chamaram à atenção para as populações se protegerem dos pólenes. Até marcaram presença, o Director Regional de Saúde, Dr. Maurício Melim e o Director Regional de Saneamento Básico e do Ambiente, o Eng. João Correia. Os aconselhamentos que esses técnicos propõem vão a variadíssimos pormenores (janelas dos automóveis e das habitações sempre fechadas, óculos escuros, até medicação prescrita e eficaz, até sugerem consulta na internet...
Perante estes alertas e aconselhamentos deviam ir mais longe, sugeria que perante o ataque eminente do bombardeamento terrorista das bombas de fragmentação dos pólenes deviam usar coletes à prova de bala e mascaras anti-gaz.
Já agora onde está a vossa preocupação e o trabalho de casa para velar pela qualidade do AR que respiramos?
Até porque a TIA RICA merece respeito e resposta.
Isto porque no Diário de Noticias do dia 30 de Janeiro de 2009 na página 4, alertava que já tínhamos ultrapassado os parâmetros máximos dos contaminantes atmosféricos em suspensão.
Mas não nos podemos cingir só a esses critérios e parâmetros de avaliação, senão vejamos;
Se contabilizarmos os cerca de 60.000 (sessenta mil) automóveis que diariamente circulam pelas estradas deste
Afunilado anfiteatro do Funchal que começa cota zero (avenida do mar, tendo a leste a encosta sempre a subir, passando pela Cancela, continuando a subir ate à cota 1818 M no pico do ARIEIRO, continuando para Oeste ate às serras do Curral, passando pelo Jardim da Serra e descendo até ao Cabo Girão à cota 581 M), reparamos que os cerca de sessenta mil automóveis, são afinal muitos mais (via rápida, Câmara de Lobos, Estreito, Curral e Garachico), talvez cem mil ou mais.
Acrescentemos a estes cem mil escapes normais as enormes 15centrais termoeléctricas da Central dos Socorridos que contaminam mais que todos os cem mil automóveis.
Mas a cereja no centro do bolo, deste bolo tóxico de contaminantes atmosféricos, são as INCINERADORAS da Meia - serra, vejamos;
É um erro acreditar que as coisas simplesmente desaparecem quando queimadas. Na verdade a matéria não pode ser destruída, ela apenas muda de forma. Após a incineração, os METAIS PESADOS presentes no resíduo sólido original (R S U), são lançados junto com os gazes pela chaminé do incinerador, associados a pequenas partículas. Também estão presentes nas cinzas e nos outros resíduos que são:
Substâncias cloradas, como o plástico PVC, leva à formação de novos compostos clorados, como as dioxinas altamente tóxicas, que vão-se juntar aos vários resíduos.
Resumindo, os incineradores não resolvem os problemas dos materiais tóxicos presentes nos R S U.
Realmente as incineradoras apenas convertem esses materiais tóxicos em outras formas, algumas das quais podem ser mais tóxicas que os materiais originais.
Por mais que tente, não há INCINERADOR que não lance na atmosfera algum tipo de POLUENTE.
Esses poluentes incluem uma gama ampla de compostos, muitos deles ainda não identificados.
Tais compostos incluem DIOXINAS, BIFENILAS, POLICLORADOS (PCBs) NAFTALENOS POLICLORADOS, BENZENOS CLORADOS, HIDROCARBONETOS AROMATICOS, POLICICLICOS (PAHs), inúmeros compostos orgânicos voláteis (VOCs), e metais pesados como CHUMBO, CÁDMIO e MERCURIO.
Vários desses compostos são persistentes (muito registentes à degradação no meio ambiente), Bioacumulativos (que se acumulam nos tecidos dos organismos VIVOS VEGETAIS E ANIMAIS, e que são TÓXICOS.
Devido a essas três propriedades (Persistentes + bioacumulativos + Tóxicos, pode-se dizer que esses compostos são os mais poluentes e mais problemáticos aos quais os sistemas NATURAIS podem estar expostos.
Alguns são cancerígenos, muitos também causam perturbações no sistema endrocino, outro como o dióxido de enxofre, o dióxido de nitrogénio e o material particulado fino, estão associados a efeitos adversos na saúde respiratória...
Esta SOPA LIOFILHIZADA é democrata, flutua na atmosfera ao sabor do vento que na madeira tem predominância de nordeste, assim os ventos empurram na direcção do Funchal essa sopa de toxidades.
Todos sabemos que durante o dia o mar refresca a terra e durante a noite é o contrario. Também sabemos que o ar quente dos automóveis das termoeléctricas e das incineradoras fica a pairar na atmosfera, preso pelas montanhas.
Só que à noite sem o calor do SOL a sopa liofilizada cai, levemente pelo efeito do arrefecimento do AR ou das chuvas e do SERENO e como é democrata e social, divide pelas aldeias toda esta ÀGUA BENTA CANCERIGINA.
Finalmente este dilema;
Os criminosos terroristas dos pólenes das florinhas que ontem tiveram festa e procissão e que a Mãe Natureza fabrica, ou os “POLENES” bonzinhos que caem devagarinho 24 horas por dia 365 dias por ano, (nos anos bissextos são 366 dias).

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